sábado, 31 de outubro de 2009

Tamanho Mundo






 
Quando pouso sou turbilhão, mas quando abro as azas sou tamanho mundo. Grande. Início e fim.




quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Casulo



Quero me encontrar em olhares, te saber nos lugares, me perder em você. O vazio me invade, me calo e acho que chego a esquecer. Mas te encontro no silêncio, te encontro no meu cheiro e nesse sorriso no espelho. Aqui longe me acho forte mas já não sei o que será diante desse olhar. Sonho novamente com as minhas mãos grandes tão pequeninas dentro das suas...esqueço. Ando em avenidas sem saber querendo me perder, querendo esquecer no conhecer, mas já é noite não quero mais, quero me recolher, me encolher, me guardar, esperar e ter com você, só para você...

domingo, 18 de outubro de 2009

Confortavelmente

Queria falar de todas as dores mas estou incontestávelmente feliz, queria falar do quanto tudo é complicado mas estou simples, sem grandes adjetivos, queria falar de amores mas estou surpreendentemente em paz, queria falar de medo...
Não sei mais se é a vida ou se sou apenas eu mesma que me surpreendo, talvez os dois. Mas ela vem chegando, engraçada, divertida, fácil, prazerosa e eu vou brincando numa dança sem fim...me sentindo confortável.
Já parou para pensar que a maior parte do tempo estamos nos sentindo desconfortáveis na vida? E agora me pergunto se esta sensação tem a ver com imaturidade, ou será sempre assim... Sei apenas que tudo vem dos caminhos que escolhemos. É engraçado como nos obrigamos a conviver com pessoas que não nos acrescentam em nada, a freqüentar lugares que não se encaixam, a aceitar um amor que já não existe...E a gente vai vivendo, se conformando com o incômodo, aceitando tudo de ruim, como se já não bastasse aquilo que engolimos por termos a certeza contestável de não termos controle, o despertador que toca , a poluição corroendo logo cedo, o emprego indesejado. Como se não bastasse aceitamos tantas outras coisas que estão nitidamente as nossas mãos para optarmos. Mas optar é complicado. Aceitamos. Num caminho mais fácil talvez. O absurdo é aceitar ir dormir desconfortável, acordar, viver desconfortável! Aceitando...aceitar...Por que? Medo!
Porque a partir do momento que optamos, tomamos a rédia e passamos a ser responsáveis pelas conseqüências ( como se não fossemos quando apenas aceitamos, sendo mais fácil culpar o tal “destino”). E isso não é apenas ser gente grande??? Mas são tantas coisas que mudaram não é? Um dia você teve que passar a escolher você mesmo a sua roupa e encarar aquela colega de escola tirando um sarro, teve que escolher uma profissão e encarar aquelas aulas maçantes e esse emprego insuportável, que escolher o que ia comer e olhar essa barriga cada dia maior...Por que não deixar apenas o destino levar...??
Não sei de muita coisa mas acredito que tudo é uma opção. Hoje opto por me sentir confortável na vida como uma roupa que me cai bem podendo fazer pelo menos as pequenas escolhas que estão no meu momento presente e traçando um futuro, para poder sempre chamar essa vida de MINHA.




terça-feira, 13 de outubro de 2009

Quarto de hotel

Ultimamente peguei um gosto incalculável por essas minhas viagens. Se outrora quando entrava num quarto de hotel me sentia extremamente sozinha, e suas paredes, seu cheiro, seu gosto me incomodavam, perturbando meu sono, consumindo dias, hoje sinto um prazer praticamente sensível ao tato. Ao chegar, após duas semanas sem viajar, faço desse canto meu, onde minhas palavras, suspiros e pensamentos só a mim pertencem. Quando me estabeleço na casa de um outro, mesmo sozinha, me sinto como um móvel no lugar errado. Sou tomada agora por uma leveza...Gosto de estar só. Não que não goste de estar com os outros, com bons amigos, boa conversa...Mas gosto de me recolher a mim, aos meus pensamentos, escutar meu dialeto, raciocinar, não precisar chegar a lugar nenhum,e chegando, se assim quiser. O silêncio. Paro e o som que escuto é o ressoar das últimas teclas apertadas em meu teclado...Ahh... o silêncio! A leitura, as histórias tantas pelas quais me aventuro, a música que me transporta e os meus contos que deixo existir apenas em minha mente sonhando um dia conseguir transcrevê-los.

A cidade desconhecida nada fala a mim. Acordo para mais um dia e pouco levo dela. Não quero levar nada além da sensação. A cidade também não me observa. Sou apenas o hoje e serei esquecida assim que cruzar a estrada. Gosto da cidade estranha que nada espera de mim, do quarto até ontem ignorado e rapidamente familiarizado. Gosto do tempo quando a única imagem que me prende é a minha a passear e a observar com olhos de criança. Nesse tempo posso rir de mim, das trapalhadas que apronto, de dores sentidas...gosto muito de rir de dores sentidas observando atenta momentos em que me faltaram a razão. Gosto de observar histórias...minhas, suas, dos livros. Preciso desse tempo para tanto.

E quando tenho meu tempo e o tempo acaba, gosto mais do outro, porque o outro está no espaço vazio apenas ocupando o qeu já lhe era cabido.
Queria que a paz desse pequeno momento que já faz parte de mim rolasse pelos dias...

Por fim, estou feliz, eu, o silêncio, meus pensamentos e meus livros. Daqui a pouco talvez terei saudade, farei contato, conversarei com amigos amados e me sentirei ainda mais completa. Eu a encontro em todas essas pequenas coisas sempre que há paz em meu peito.


sábado, 3 de outubro de 2009

O respeito no meu mundo ainda perfeito....

Já passei por diversas mudanças de grupos na minha vida, e sempre gostei de entender cada mundo nas suas diferenças, as vezes me encaixando, outras não.
Uma coisa engraçada aconteceu com as ultimas pessoas com quem ando envolvida. Se antes as pessoas encontravam em mim uma certa simplicidade agora passei a ser chamada de “burguesinha” ...rsss.... dito de alguma maneira pejorativa.
Primeiro estou lembrando aqui que se há 12 anos me chamassem disso eu levaria como a maior das ofensas...rs...e talvez nessa época eu realmente o fosse. Mas não é disso que quero falar. Escuto tal nome como se fosse uma coisa ruim, e acabei por ver que realmente me diferenciava até que hoje talvez sinta uma nítida diferença mas que sei não estar intrínseca, em momento algum, no valor da conta bancária, ou nas oportunidades vividas, nos bens.
Passei por uma situação recente e penso o seguinte: Desde que eu nasci, em casa ou na escola (Salve, salve as aulas de Ensino Religioso que pouco tinham a ver com religião mas com comportamento. Salve Caê!) eu aprendi sobre a palavra respeito, sobre a sua liberdade ir até o limite dos outros, sobre responsabilidade. Uma semente que foi plantada em mim e aqui fincou suas raízes.
Estou vivendo num meio diferente de todos pelos quais passei ( da escola, da faculdade, das pessoas do interior ou da distante periferia de são Paulo, que serão sempre meus amados). Há uma constante falta de respeito e limites, uma coisa que tem me deixado escandalizada. Vejo muito pouco respeito com a mulher, com o mais velho, com o chefe... se torna raro observar respeito com as pessoas de modo geral.
 A maioria das pessoas com as quais convivi, entre todas as suas diferenças, elas se respeitavam, se em algumas vezes não por quererem, ou por saberem o certo, por vergonha.
Respeitar vai muito alem de ser cordial, é não agir de maneira alguma que leve a invadir o espaço alheio, é aceitar as crenças de cada um, é não enganar, não jogar com sentimentos, não debochar da cultura e da criação de cada um... Podia passar horas falando do que é respeito para mim...
Não digo que nunca faltei com respeito a ninguém, mas isso sempre me causou profundo constrangimento e sendo assim não posso considerar natural.
As pessoas estão se tornando estranhas, numa disputa individualista por alguma coisa que nem elas sabem o que é ao certo. Muitas vezes perdem oportunidade de ter coisas preciosas como uma boa amizade.
Isso me traz uma certa nostalgia... Saudade de pessoas tão amadas, saudades das brincadeiras saudáveis da escola, da vida simples do interior, do jeitinho meigo da ex namorada...saudade de um montão de gente.
Não... não sou burguesinha( e o que importa se for??) , mas sim! Sou diferente! Eu luto para ter um coração melhor e tenho Deus como o meu guia. Eu respeito.
Sou feliz com meu caminho...feliz com minhas escolhas que mesmo erradas me trazem grandes lições, e feliz por sempre, seja onde for, sempre ter uma pessoa ou outra com o olhar bom.
...

Caráter não é definido pelo o que ou quanto se tem...


E são nesses momentos que vemos as estrelinhas que se destacam na escuridão...Preciso muito agradecer amigos amados que fazem o meu mundo completo. Que arrancam esse sorriso bobo que eu tenho, e colocam toda essa magia no meu olhar...


... e o Mundo ainda é perfeito!!!!!! Rsssss....



"Vida vida vida...vida breve... se eu não posso te levar, quero que vc leve....Leve, leve."