Vazio

 Num dia falei das cidades desconhecidas e da sensação acolhedora e contrária do quarto de hotel, mas hoje sinto frio.
  As paredes lisas, o quarto gelado, a falta de cheiro, e até o cheiro é vazio. Se gosto cada dia mais do meu lar a vida se contradiz. E o tempo passa duro apenas por passar... Meu sonhos não encontram lugar num quarto sem quinas onde há luz demais e ofusca. Canso da solidão dos dias lentos, das palavras ao vento. Falta cor sem você aqui e parece que me roubam a oportunidade de começarmos a contruir esse grande sonho lado a lado. Sei ser uma sensação momentanea e que amanhã será costume e estarei bem mas hoje sou vazio oco e insosso.

A felicidade para mim é como brisa repentina que toma o meu ser, cócegas no pé da barriga e uma certeza na mente.Já faz tempo que aprendi que a tristeza dura muito pouco, e mesmo quando muito, passa. Sensível, não contenho lágrimas, me encolho apenas e espero. Há muito quis sentir menos ou diferente, mas não posso ser outra. Eu me adapto. O oi de uma velha amiga, uma mensagem do meu amor, o sorriso da criança, sonhar, realizar...tudo me leva além. Ser feliz é sempre fácil quando simples.

" Não se acostume com o que não te faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
  Alague seu coração de esperanças mas  não deixe que ele se afogue nelas.
  Se achar que precisa voltar, volte!
  Se perceber que precisa seguir, siga!
  Se estiver tudo errado ,comece novamente
  Se estiver tudo certo, continue
  Se perder um amor não se perca,
  Se o achar segure-o"

Gosto de gente. Esta é a conclusão. Há muito tempo não escrevo, e leio e leio... Sem muita vontade, mas na obrigação mecânica de todos os dias de me manter informada. Hoje, usando o meu antigo note, entrei em blogs salvos e percebi. Gosto de gente. Textos pré fabricados, seguindo um método escolar rígido, manipulado e certo, frio, me dá a sensação de palavras maltratadas. Gosto do sentimento ao papel, quando a alma transborda. Isso pode sim ser uma notícia e não necessariamente apenas devaneios. Como música talvez. Escuto tanta coisa,e aprecio a voz daqueles que estudaram, mas para causar frio na barriga o intérprete precisa estar sentindo as palavras. Mas enfim, percebo que quando escrevo vivo mais. E tenho vontade de falar sobre restaurantes e comidas, amores, desatres, dia a dia, moda, filmes, música. Preciso de um novo blog. Este não diz mais a essa Paula. Sou idéias e sabores! Mas preciso escrever...

Bolando um novo blog